Tratamentos

O câncer de próstata é o segundo tumor mais comum no homem, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma e o segundo em mortalidade. Sua incidência (número de casos novos) tem aumentado em todo mundo e permanece como importante causa de morbidade e mortalidade.

Diagnóstico

O câncer de próstata é um tumor de crescimento geralmente indolente (lento) e, por isso, geralmente é uma doença assintomática. Provoca sintomas apenas em fases mais avançadas da doença, quando pode ocorrer sintomas urinários obstrutivos ou até dor óssea provocada pelas metástases.

O rastreamento prostático tem o objetivo de identificar os indivíduos com risco de câncer de próstata. O PSA ou o toque alterado indicam que o paciente tem que ser melhor avaliado ou que terá que ser submetido à biópsia prostática.

O diagnóstico de câncer de próstata só pode ser alcançado pela biópsia prostática, que é guiada por ultrassom por via transretal ou por via transperineal. Ambas são consideradas vias seguras e com o mesmo índice de detecção de tumores. No entanto, a via transperineal é associada a um menor índice de infecções e melhor detecção de tumores localizados na região anterior da próstata. Seu urologista irá esclarecer sobre os dois métodos e indicar o mais indicado especificamente para o seu caso.

Uma grande limitação da biópsia prostática realizada por via transperineal é que ela não é amplamente difundida em nosso país e somente é realizada em poucos centros, não sendo acessível a todos os pacientes, além de ter custos mais elevados.

Exames auxiliares no diagnóstico

Quando há alguma alteração no rastreamento, algumas outras ferramentas diagnósticas podem ajudar na tomada de decisões.

A ressonância multiparamétrica da próstata é amplamente utilizada quando existe alteração do PSA ou do toque retal para detecção de áreas suspeitas de câncer. Atualmente é sempre indicada antes da biópsia para guiar melhor a retirada de fragmentos e aumentar a acurácia da mesma, ou seja, aumentar a chance do diagnóstico de tumores prostáticos clinicamente significantes. Além disso, pode indicar outras causas para o aumento do PSA ou toque alterado, como prostatite e presença de cistos prostáticos, por exemplo.

A própria análise do PSA pode ser realizada de forma mais refinada e o refinamento do PSA consiste na análise da relação do PSA (livre/total), no cálculo da densidade do PSA (sua relação com o peso prostático) e na avaliação da cinética do PSA (aumento em relação ao tempo).

Além disso, existem biomarcadores urinários e sanguíneos que podem ser utilizados para selecionar melhor os pacientes com indicação de biópsia, como o PHI (Prostate Health Index) test, o 4K score test e o PCA3 (Progensa).

O aumento prostático, conhecido como hiperplasia prostática benigna (HPB), atinge grande parcela dos homens, podendo acometer até 90% daqueles com idade superior a 80 anos.

A próstata normal tem um peso aproximado de 20 gramas. No entanto, nos casos de HPB, este volume pode aumentar várias vezes, alcançando pesos superiores a 100 gramas.

Os principais sintomas relacionados à HPB são: jato urinário fraco, esforço ao urinar, demora para iniciar a micção, sensação de esvaziamento incompleto, aumento da frequência urinária (diurna e/ou noturna) e urgência miccional.

O tratamento da HPB varia conforme a gravidade dos sintomas urinários, podendo ser medicamentoso ou cirúrgico. Atualmente os tratamentos minimamente invasivos tem sido o principal meio para o tratamento cirúrgico desta patologia, podendo ser por via endoscópica (uretral) ou robótica para as próstatas muito volumosas.

É a infecção bacteriana mais comum no ser humano sendo apenas ultrapassada pela gripe de origem viral. As bactérias podem atacar qualquer nível do aparelho urinário, desde a bexiga, causando cistite, até o rim, causando pielonefrite, sendo a mais frequente a Escherichia coli. As infecções urinárias são mais frequentes na mulher e no homem na terceira idade.

A urina, que é produzida nos rins, é estéril e a infecção urinária ocorre quando bactérias se multiplicam ao redor da uretra (colonização) para, logo após, ascenderem e penetrar na bexiga (via ascendente). Elas podem se manter na bexiga ou continuar a subir até o rim.

Alguns fatores facilitam a ocorrência da infecção urinária, como, por exemplo, aumento do volume prostático, estenose de uretra, doenças neurológicas, cálculos urinários, diabetes, etc.

Os sintomas apresentados dependem do órgão afetado. A cistite se manifesta pelo aumento da frequência urinária, dor para urinar, urina de odor fétido, urgência miccional e dor em baixo ventre, enquanto na pielonefrite ocorre dor lombar, febre, calafrios e queda do estado geral.

O diagnóstico é feito através do quadro clínico e da coleta de exame de urina. Em casos selecionados se faz necessária a investigação do aparelho urinário como um todo para identificar algum fator predisponente.

O tratamento consiste em medidas gerais, como alta ingestão de líquidos e cuidados de higiene, e na administração do antibiótico adequado.

A vasectomia, ou cirurgia esterilizadora masculina, é um método de controle de natalidade considerado seguro e que vem aumentando a sua procura por parte dos homens nas últimas décadas. No entanto, em torno de 2 a 6% do pacientes submetidos a este procedimento manifestam o desejo ter filhos novamente.

A reversão da vasectomia é possível através de uma microcirurgia realizada por Urologista devidamente treinado e consiste na recanalização entre os cotos dos ductos deferentes (canais por onde os espermatozoides se deslocam dos testículos até as vesículas seminais) que foram interrompidos, ou entre o deferente e o epidídimo (estrutura junto do testículo onde os espermatozoides amadurecem e ganham motilidade), obrigatoriamente com auxílio de magnificação de imagem. As taxas de complicação após as cirurgias de reversão são extremamente baixas, sendo que as mais frequentes são hematoma e infecção, raramente necessitando de tratamento.

O tempo entre a vasectomia e a sua reversão é de vital importância para a obtenção dos melhores resultados. Outro fator que influencia na ocorrência de gravidez é a idade da parceira, porém mesmo com esposas acima de 35 anos o casal pode ter uma boa chance de engravidar após a reversão.

As taxas de sucesso para a reversão e gravidez são, respectivamente, 97% e 76% com vasectomias de até três anos, 88% e 53% para intervalos entre 3 e 8 anos, 79% e 44% para intervalos entre 9 e 14 anos e 71% e 30% para tempo igual ou superior a 15 anos.

Os cálculos urinários acometem cerca de 15% da população e esse número tem aumentado a cada ano. Eles podem ser assintomáticos, mas quando apresentam sintomas o mais comum é a dor intensa em cólica, de início abrupto, localizada na região lombar e que pode irradiar para o flanco e para o genital. A crise renal frequentemente é acompanhada de vômitos e muita ansiedade.

Muitas são as opções para o tratamento do cálculo renal, mas hoje em dia a cirurgia aberta foi substituída por tratamentos endoscópicos minimamente invasivos. Nesses procedimentos, chamados ureterorrenolitotripsia, realizados pela uretra (o “canal do xixi”), conseguimos alcançar com modernos aparelhos, o ureter e o rim, eliminando os cálculos com a ajuda do laser. Isso torna a cirurgia sem cortes, com recuperação rápida e afastamento mínimo do trabalho.

Em cálculos muito grandes ou casos não resolvidos com a ureterorrenolitotripsia, pode-se realizar o procedimento através da punção direta do rim. A cirurgia é chamada nefrolitotripsia percutânea e pode ser realizada com o auxílio do laser ou de um aparelho chamado nefrolitotritor ultrassônico, que fragmenta o cálculo e aspira seus fragmentos, tornando o procedimento mais rápido e menos traumático para o rim.

Dessa forma, é importante ter conhecimento sobre os avanços da tecnologia no meio urológico e buscar profissionais com boa formação e treinamento adequado para realizar esses procedimentos. Hoje, em Manaus, temos disponível toda essa tecnologia de ponta para a pronta resolução de qualquer caso de cálculo renal ou ureteral.

Varicocele é definida como a presença de veias dilatadas do cordão espermático, que podem ser visíveis ou palpáveis, sendo mais comum do lado esquerdo. Trata-se da principal causa reversível de infertilidade masculina, estando presente em cerca de 35-40% dos homens inférteis.

O diagnóstico é simples, através do exame clínico e, em alguns casos, o ultrassom com Doppler pode nos auxiliar. Nem todos os casos necessitam de tratamento, mas se houver assimetria de volume testicular na criança/adolescente ou alteração nos parâmetros do espermograma no homem adulto, a sua correção está indicada.

O tratamento padrão-ouro é a correção subinguinal microcirúrgica, que pode levar a uma melhora na qualidade espermática em 70% dos homens operados, com pico de melhora entre o sexto e oitavo mês após a cirurgia.

 

 

Os cálculos urinários, as famosas “pedras nos rins”, tem grande importância por acometer ate 10% da população. Durante o processo de filtração do sangue, os rins eliminam o excesso de água, sais e produtos do nosso metabolismo formando a urina. Quando ocorre um desbalanço na eliminação dessas substâncias, pode ocorrer a formação dos cálculos urinários, que podem causar dor, infecção e obstrução dos rins.

É mais comum no sexo masculino, podendo chegar ate a 3 vezes mais do que nas mulheres, possivelmente pela maior consumo de proteínas e maior perda de líquidos pelos homens.

Podem surgir em qualquer idade, mas com maior prevalência entre 30 e 40 anos de idade. Nas crianças estão frequentemente associados a malformações do sistema urinário, infecções urinárias e distúrbios metabólicos.

Diagnóstico

Na vigência de quadro clínico sugestivo de cólica nefrética, a realização de exame de imagem está indicada para se confirmar o diagnóstico e definir a melhor abordagem terapêutica.

A tomografia computadorizada de abdome total é o padrão-ouro para o diagnóstico de cálculos urinários, permitindo um diagnóstico rápido e preciso, podendo detectar litíase de 1 a 2 mm, além de fornecer informações sobre a anatomia da via urinária e a posição do cálculo. É um exame de grande importância também para o diagnóstico diferencial com outras patologias abdominais extraurinárias.

A ultrassonografia ou ecografia das vias urinárias é um ótimo método para crianças e gestantes, pois não necessita sedação para a sua realização e não emite radiação. No entanto, apresenta limitações no diagnostico de cálculos pequenos e na visualização do ureter médio, além de ser operador dependente.

A impotência sexual ou disfunção erétil é a incapacidade de obter ou manter ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória.

Cerca de 50% dos homens acima dos 40 anos apresentam algum grau de disfunção erétil. Quanto mais idoso o homem, maior a probabilidade de apresentar o problema, seja pela idade avançada ou pela maior prevalência de doenças nessa faixa etária que são fatores predisponentes ou que perpetuam o distúrbio da ereção.

Várias são as causas da impotência sexual, desde causas psicogênicas ou iatrogênicas (uso de determinados medicamentos ou cirurgias, por exemplo), até doenças metabólicas, cardiovasculares, neurológicas, endocrinológicas.

É fundamental a avaliação do urologista para definir o melhor tratamento para cada paciente, que poderá ser através de psicoterapia, medicamentos via oral, auto-injeção intracavernosa ou cirurgia para implante de prótese peniana.

O câncer de próstata é o segundo câncer mais comum do homempermanece como importante causa de morbidade e mortalidade no mundo atual. É o tipo de câncer mais comum no homem, depois do câncer de pele não-melanoma, e o segundo em mortalidade. Sabe-se que quanto mais precoce o seu diagnóstico, maior a chance de cura da doença.

Seu rastreamento é feito através de exame de sangue (PSA) e do toque retal, e deve ser feito a partir dos 50 anos por todos os homens e a partir dos 45 anos para aqueles da raça negra, obesos ou que têm história de câncer da próstata na família.

Quando há alguma alteração no rastreamento é necessária a realização exames complementares, como ressonância magnética e biópsia da próstata, para confirmar ou descartar a doença.

Confirmado o diagnóstico de câncer, deve-se definir qual tratamento será instituído, o que dependerá do estágio da doença e das particularidades de cada paciente.

 

O hipogonadismo masculino é uma síndrome causada pela deficiência de androgênios (os hormônios masculinos), que tem papel crucial na puberdade, fertilidade masculina, disfunção sexual masculina, formação de músculo, composição corporal e funções cognitivas. Porém, homens não devem usar testosterona, a menos que haja comprovação por exames de que os níveis do hormônio estejam realmente baixos e haja sintomas relacionados a ele. O marketing relacionado à reposição hormonal fez quase triplicar o número de receitas de testosterona, e usá-la como se fosse o elixir da juventude para o cansaço e falta de libido é um grande equívoco, que pode trazer consequências graves para o organismo como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e infertilidade. Abaixo responderei as dúvidas mais frequentes dos pacientes sobre esse tema, que tem gerado tanto discussão.

QUAIS OS BENEFÍCIOS DA REPOSIÇÃO DE TESTOSTERONA?

A reposição pode melhorar a composição corporal, a mineralização óssea, os sinais de síndrome metabólica e os problemas sexuais masculinos. Mas só deve ser realizada quando há indicação precisa e com orientação de profissional qualificado e atualizado com os últimos consensos internacionais para acompanhamento dos possíveis efeitos colaterais.

POSSO REPOR TESTOSTERONA MESMO QUE MEUS NÍVEIS DE HORMÔNIO SEJAM NORMAIS?

Não!!! A reposição hormonal em pacientes com níveis normais de testosterona não é recomendada pelas Sociedades de Urologia Internacionais ou Brasileira. As consequências podem ser desde a infertilidade, AVC, infarto, até mesmo a parada da produção endógena (própria) da testosterona, às vezes, de forma irreversível.

APENAS A REPOSIÇÃO DE TESTOSTERONA MELHORA TODOS OS SINTOMAS DO HIPOGONADISMO?

Segundo o último consenso da Sociedade Européia de Urologia, publicado em 2015, a reposição hormonal pode melhorar os sintomas do hipogonadismo, mas a redução de peso, mudança do estilo de vida, tratamento adequado das comorbidades (como pressão alta e diabetes), é mais importante que a reposição.

A REPOSIÇÃO DE TESTOSTERONA PODE GERAR INFERTILIDADE?

Sim!!! Vários estudos já comprovaram que o uso de testosterona exógena (usada na reposição), pode causar azoospermia, ou seja, a parada da produção de espermatozoides, que pode ser irreversível, causando infertilidade. Portanto, a reposição hormonal pode beneficiar muitos pacientes, mas deve ser sempre feita com responsabilidade, pois, como todo tratamento, tem seus benefícios, mas também seus efeitos colaterais. Procure sempre profissionais qualificados para o seu acompanhamento.

Pacientes grávidas são um desafio para os Urologistas. A gravidez pode induzir, exacerbar ou complicar condições urológicas.

SINTOMAS DO TRATO URINÁRIO INFERIOR

Os principais sintomas são aumento da frequência urinária (40-81%) e noctúria (23-79%), a mulher passa a produzir mais urina à noite. Isso ocorre devido à absorção do edema, ao aumento da ingestão de líquidos, à maior filtração do rim e à diminuição da capacidade da bexiga (pelo aumento uterino). Deve-se ficar atento, pois infecção urinária também pode causar esses sintomas. A incontinência urinária é outro sintoma que acomete um número variável de mulheres grávidas (22-80%) e pode estar associada à urgência ou ao esforço (mais comum). Está relacionada à idade, obesidade, multiparidade e trabalho de parto prolongado prévio. Mudanças de hábitos de vida e exercícios para o assoalho pélvico têm efeito preventivo, por isso toda mulher com incontinência urinária na gravidez deve procurar o urologista para ser avaliada e orientada.

INFECÇÃO URINÁRIA

A mulher grávida tem mais chance de ter infecção urinária, que deve sempre ser tratada, mesmo que a paciente não apresente sintomas. Esse maior cuidado na gravidez é necessário, pois a infecção urinária pode gerar consequências graves, como pielonefrite (mais comum no 3º trimestre), ruptura prematura de membranas, parto prematuro e morbidade neonatal (necessidade de UTI, sepse, baixo peso). A gestante que apresentou infecção urinária deve ser acompanhada até o final da gestação, pois pode apresentar novos episódios.

UROLITÍASE

Os cálculos urinários são a maior causa não-obstétrica de internação na gravidez. As gestantes apresentam uma série de alterações metabólicas que predispõe a formação de cálculos, que podem gerar sintomas como dor, hematúria, náuseas e vômitos, além de sintomas miccionais. Cerca de 80 a 90% dos casos ocorrem no 2º e 3º trimestres e podem vir acompanhados de complicações como obstrução, dor incontrolável, pré-eclâmpsia, ruptura prematura de membranas e parto prematuro. Com os avanços da endourologia e dos procedimentos minimamente invasivos para tratamento dos cálculos, hoje já é possível resolver grande parte dos casos em gestantes sem risco para o bebê.

A vasectomia ou cirurgia esterilizadora masculina é o método contraceptivo a longo prazo mais eficiente que existe, sendo realizada através da ligadura dos canais deferentes no homem.

A cirurgia é feita com anestesia local e em caráter ambulatorial. É realizada uma pequena incisão na bolsa escrotal, através da qual são acessados os canais deferentes bilateralmente, seccionados e ligados.

Este procedimento apresenta baixas taxas de complicação e taxas de falha menores que 0,05%.

Os casais que escolhem a vasectomia são motivados, de maneira geral, pelos seguintes fatores:

  • O baixo custo e a simplicidade do procedimento
  • Não necessita internação
  • Poucas complicações
  • A cirurgia de contracepção nas mulheres é mais complexa
  • Conhecem homens que fizeram a cirurgia e estão satisfeitos com os resultados

O câncer de próstata é o segundo tumor mais comum no homem, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma e o segundo em mortalidade. Sua incidência (número de casos novos) tem aumentado em todo mundo e permanece como importante causa de morbidade e mortalidade.

Diagnóstico

O câncer de próstata é um tumor de crescimento geralmente indolente (lento) e, por isso, geralmente é uma doença assintomática. Provoca sintomas apenas em fases mais avançadas da doença, quando pode ocorrer sintomas urinários obstrutivos ou até dor óssea provocada pelas metástases.

O rastreamento prostático tem o objetivo de identificar os indivíduos com risco de câncer de próstata. O PSA ou o toque alterado indicam que o paciente tem que ser melhor avaliado ou que terá que ser submetido à biópsia prostática.

O diagnóstico de câncer de próstata só pode ser alcançado pela biópsia prostática, que é guiada por ultrassom por via transretal ou por via transperineal. Ambas são consideradas vias seguras e com o mesmo índice de detecção de tumores. No entanto, a via transperineal é associada a um menor índice de infecções e melhor detecção de tumores localizados na região anterior da próstata. Seu urologista irá esclarecer sobre os dois métodos e indicar o mais indicado especificamente para o seu caso.

Uma grande limitação da biópsia prostática realizada por via transperineal é que ela não é amplamente difundida em nosso país e somente é realizada em poucos centros, não sendo acessível a todos os pacientes, além de ter custos mais elevados.

Exames auxiliares no diagnóstico

Quando há alguma alteração no rastreamento, algumas outras ferramentas diagnósticas podem ajudar na tomada de decisões.

A ressonância multiparamétrica da próstata é amplamente utilizada quando existe alteração do PSA ou do toque retal para detecção de áreas suspeitas de câncer. Atualmente é sempre indicada antes da biópsia para guiar melhor a retirada de fragmentos e aumentar a acurácia da mesma, ou seja, aumentar a chance do diagnóstico de tumores prostáticos clinicamente significantes. Além disso, pode indicar outras causas para o aumento do PSA ou toque alterado, como prostatite e presença de cistos prostáticos, por exemplo.

A própria análise do PSA pode ser realizada de forma mais refinada e o refinamento do PSA consiste na análise da relação do PSA (livre/total), no cálculo da densidade do PSA (sua relação com o peso prostático) e na avaliação da cinética do PSA (aumento em relação ao tempo).

Além disso, existem biomarcadores urinários e sanguíneos que podem ser utilizados para selecionar melhor os pacientes com indicação de biópsia, como o PHI (Prostate Health Index) test, o 4K score test e o PCA3 (Progensa).

O aumento prostático, conhecido como hiperplasia prostática benigna (HPB), atinge grande parcela dos homens, podendo acometer até 90% daqueles com idade superior a 80 anos.

A próstata normal tem um peso aproximado de 20 gramas. No entanto, nos casos de HPB, este volume pode aumentar várias vezes, alcançando pesos superiores a 100 gramas.

Os principais sintomas relacionados à HPB são: jato urinário fraco, esforço ao urinar, demora para iniciar a micção, sensação de esvaziamento incompleto, aumento da frequência urinária (diurna e/ou noturna) e urgência miccional.

O tratamento da HPB varia conforme a gravidade dos sintomas urinários, podendo ser medicamentoso ou cirúrgico. Atualmente os tratamentos minimamente invasivos tem sido o principal meio para o tratamento cirúrgico desta patologia, podendo ser por via endoscópica (uretral) ou robótica para as próstatas muito volumosas.

É a infecção bacteriana mais comum no ser humano sendo apenas ultrapassada pela gripe de origem viral. As bactérias podem atacar qualquer nível do aparelho urinário, desde a bexiga, causando cistite, até o rim, causando pielonefrite, sendo a mais frequente a Escherichia coli. As infecções urinárias são mais frequentes na mulher e no homem na terceira idade.

A urina, que é produzida nos rins, é estéril e a infecção urinária ocorre quando bactérias se multiplicam ao redor da uretra (colonização) para, logo após, ascenderem e penetrar na bexiga (via ascendente). Elas podem se manter na bexiga ou continuar a subir até o rim.

Alguns fatores facilitam a ocorrência da infecção urinária, como, por exemplo, aumento do volume prostático, estenose de uretra, doenças neurológicas, cálculos urinários, diabetes, etc.

Os sintomas apresentados dependem do órgão afetado. A cistite se manifesta pelo aumento da frequência urinária, dor para urinar, urina de odor fétido, urgência miccional e dor em baixo ventre, enquanto na pielonefrite ocorre dor lombar, febre, calafrios e queda do estado geral.

O diagnóstico é feito através do quadro clínico e da coleta de exame de urina. Em casos selecionados se faz necessária a investigação do aparelho urinário como um todo para identificar algum fator predisponente.

O tratamento consiste em medidas gerais, como alta ingestão de líquidos e cuidados de higiene, e na administração do antibiótico adequado.

A vasectomia, ou cirurgia esterilizadora masculina, é um método de controle de natalidade considerado seguro e que vem aumentando a sua procura por parte dos homens nas últimas décadas. No entanto, em torno de 2 a 6% do pacientes submetidos a este procedimento manifestam o desejo ter filhos novamente.

A reversão da vasectomia é possível através de uma microcirurgia realizada por Urologista devidamente treinado e consiste na recanalização entre os cotos dos ductos deferentes (canais por onde os espermatozoides se deslocam dos testículos até as vesículas seminais) que foram interrompidos, ou entre o deferente e o epidídimo (estrutura junto do testículo onde os espermatozoides amadurecem e ganham motilidade), obrigatoriamente com auxílio de magnificação de imagem. As taxas de complicação após as cirurgias de reversão são extremamente baixas, sendo que as mais frequentes são hematoma e infecção, raramente necessitando de tratamento.

O tempo entre a vasectomia e a sua reversão é de vital importância para a obtenção dos melhores resultados. Outro fator que influencia na ocorrência de gravidez é a idade da parceira, porém mesmo com esposas acima de 35 anos o casal pode ter uma boa chance de engravidar após a reversão.

As taxas de sucesso para a reversão e gravidez são, respectivamente, 97% e 76% com vasectomias de até três anos, 88% e 53% para intervalos entre 3 e 8 anos, 79% e 44% para intervalos entre 9 e 14 anos e 71% e 30% para tempo igual ou superior a 15 anos.

Os cálculos urinários acometem cerca de 15% da população e esse número tem aumentado a cada ano. Eles podem ser assintomáticos, mas quando apresentam sintomas o mais comum é a dor intensa em cólica, de início abrupto, localizada na região lombar e que pode irradiar para o flanco e para o genital. A crise renal frequentemente é acompanhada de vômitos e muita ansiedade.

Muitas são as opções para o tratamento do cálculo renal, mas hoje em dia a cirurgia aberta foi substituída por tratamentos endoscópicos minimamente invasivos. Nesses procedimentos, chamados ureterorrenolitotripsia, realizados pela uretra (o “canal do xixi”), conseguimos alcançar com modernos aparelhos, o ureter e o rim, eliminando os cálculos com a ajuda do laser. Isso torna a cirurgia sem cortes, com recuperação rápida e afastamento mínimo do trabalho.

Em cálculos muito grandes ou casos não resolvidos com a ureterorrenolitotripsia, pode-se realizar o procedimento através da punção direta do rim. A cirurgia é chamada nefrolitotripsia percutânea e pode ser realizada com o auxílio do laser ou de um aparelho chamado nefrolitotritor ultrassônico, que fragmenta o cálculo e aspira seus fragmentos, tornando o procedimento mais rápido e menos traumático para o rim.

Dessa forma, é importante ter conhecimento sobre os avanços da tecnologia no meio urológico e buscar profissionais com boa formação e treinamento adequado para realizar esses procedimentos. Hoje, em Manaus, temos disponível toda essa tecnologia de ponta para a pronta resolução de qualquer caso de cálculo renal ou ureteral.

Varicocele é definida como a presença de veias dilatadas do cordão espermático, que podem ser visíveis ou palpáveis, sendo mais comum do lado esquerdo. Trata-se da principal causa reversível de infertilidade masculina, estando presente em cerca de 35-40% dos homens inférteis.

O diagnóstico é simples, através do exame clínico e, em alguns casos, o ultrassom com Doppler pode nos auxiliar. Nem todos os casos necessitam de tratamento, mas se houver assimetria de volume testicular na criança/adolescente ou alteração nos parâmetros do espermograma no homem adulto, a sua correção está indicada.

O tratamento padrão-ouro é a correção subinguinal microcirúrgica, que pode levar a uma melhora na qualidade espermática em 70% dos homens operados, com pico de melhora entre o sexto e oitavo mês após a cirurgia.

Os cálculos urinários, as famosas “pedras nos rins”, tem grande importância por acometer ate 10% da população. Durante o processo de filtração do sangue, os rins eliminam o excesso de água, sais e produtos do nosso metabolismo formando a urina. Quando ocorre um desbalanço na eliminação dessas substâncias, pode ocorrer a formação dos cálculos urinários, que podem causar dor, infecção e obstrução dos rins.

É mais comum no sexo masculino, podendo chegar ate a 3 vezes mais do que nas mulheres, possivelmente pela maior consumo de proteínas e maior perda de líquidos pelos homens.

Podem surgir em qualquer idade, mas com maior prevalência entre 30 e 40 anos de idade. Nas crianças estão frequentemente associados a malformações do sistema urinário, infecções urinárias e distúrbios metabólicos.

Diagnóstico

Na vigência de quadro clínico sugestivo de cólica nefrética, a realização de exame de imagem está indicada para se confirmar o diagnóstico e definir a melhor abordagem terapêutica.

A tomografia computadorizada de abdome total é o padrão-ouro para o diagnóstico de cálculos urinários, permitindo um diagnóstico rápido e preciso, podendo detectar litíase de 1 a 2 mm, além de fornecer informações sobre a anatomia da via urinária e a posição do cálculo. É um exame de grande importância também para o diagnóstico diferencial com outras patologias abdominais extraurinárias.

A ultrassonografia ou ecografia das vias urinárias é um ótimo método para crianças e gestantes, pois não necessita sedação para a sua realização e não emite radiação. No entanto, apresenta limitações no diagnostico de cálculos pequenos e na visualização do ureter médio, além de ser operador dependente.

A impotência sexual ou disfunção erétil é a incapacidade de obter ou manter ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória.

Cerca de 50% dos homens acima dos 40 anos apresentam algum grau de disfunção erétil. Quanto mais idoso o homem, maior a probabilidade de apresentar o problema, seja pela idade avançada ou pela maior prevalência de doenças nessa faixa etária que são fatores predisponentes ou que perpetuam o distúrbio da ereção.

Várias são as causas da impotência sexual, desde causas psicogênicas ou iatrogênicas (uso de determinados medicamentos ou cirurgias, por exemplo), até doenças metabólicas, cardiovasculares, neurológicas, endocrinológicas.

É fundamental a avaliação do urologista para definir o melhor tratamento para cada paciente, que poderá ser através de psicoterapia, medicamentos via oral, auto-injeção intracavernosa ou cirurgia para implante de prótese peniana.

O câncer de próstata é o segundo câncer mais comum do homempermanece como importante causa de morbidade e mortalidade no mundo atual. É o tipo de câncer mais comum no homem, depois do câncer de pele não-melanoma, e o segundo em mortalidade. Sabe-se que quanto mais precoce o seu diagnóstico, maior a chance de cura da doença.

Seu rastreamento é feito através de exame de sangue (PSA) e do toque retal, e deve ser feito a partir dos 50 anos por todos os homens e a partir dos 45 anos para aqueles da raça negra, obesos ou que têm história de câncer da próstata na família.

Quando há alguma alteração no rastreamento é necessária a realização exames complementares, como ressonância magnética e biópsia da próstata, para confirmar ou descartar a doença.

Confirmado o diagnóstico de câncer, deve-se definir qual tratamento será instituído, o que dependerá do estágio da doença e das particularidades de cada paciente.

O hipogonadismo masculino é uma síndrome causada pela deficiência de androgênios (os hormônios masculinos), que tem papel crucial na puberdade, fertilidade masculina, disfunção sexual masculina, formação de músculo, composição corporal e funções cognitivas. Porém, homens não devem usar testosterona, a menos que haja comprovação por exames de que os níveis do hormônio estejam realmente baixos e haja sintomas relacionados a ele. O marketing relacionado à reposição hormonal fez quase triplicar o número de receitas de testosterona, e usá-la como se fosse o elixir da juventude para o cansaço e falta de libido é um grande equívoco, que pode trazer consequências graves para o organismo como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e infertilidade. Abaixo responderei as dúvidas mais frequentes dos pacientes sobre esse tema, que tem gerado tanto discussão.

QUAIS OS BENEFÍCIOS DA REPOSIÇÃO DE TESTOSTERONA?

A reposição pode melhorar a composição corporal, a mineralização óssea, os sinais de síndrome metabólica e os problemas sexuais masculinos. Mas só deve ser realizada quando há indicação precisa e com orientação de profissional qualificado e atualizado com os últimos consensos internacionais para acompanhamento dos possíveis efeitos colaterais.

POSSO REPOR TESTOSTERONA MESMO QUE MEUS NÍVEIS DE HORMÔNIO SEJAM NORMAIS?

Não!!! A reposição hormonal em pacientes com níveis normais de testosterona não é recomendada pelas Sociedades de Urologia Internacionais ou Brasileira. As consequências podem ser desde a infertilidade, AVC, infarto, até mesmo a parada da produção endógena (própria) da testosterona, às vezes, de forma irreversível.

APENAS A REPOSIÇÃO DE TESTOSTERONA MELHORA TODOS OS SINTOMAS DO HIPOGONADISMO?

Segundo o último consenso da Sociedade Européia de Urologia, publicado em 2015, a reposição hormonal pode melhorar os sintomas do hipogonadismo, mas a redução de peso, mudança do estilo de vida, tratamento adequado das comorbidades (como pressão alta e diabetes), é mais importante que a reposição.

A REPOSIÇÃO DE TESTOSTERONA PODE GERAR INFERTILIDADE?

Sim!!! Vários estudos já comprovaram que o uso de testosterona exógena (usada na reposição), pode causar azoospermia, ou seja, a parada da produção de espermatozoides, que pode ser irreversível, causando infertilidade. Portanto, a reposição hormonal pode beneficiar muitos pacientes, mas deve ser sempre feita com responsabilidade, pois, como todo tratamento, tem seus benefícios, mas também seus efeitos colaterais. Procure sempre profissionais qualificados para o seu acompanhamento.

Pacientes grávidas são um desafio para os Urologistas. A gravidez pode induzir, exacerbar ou complicar condições urológicas.

SINTOMAS DO TRATO URINÁRIO INFERIOR

Os principais sintomas são aumento da frequência urinária (40-81%) e noctúria (23-79%), a mulher passa a produzir mais urina à noite. Isso ocorre devido à absorção do edema, ao aumento da ingestão de líquidos, à maior filtração do rim e à diminuição da capacidade da bexiga (pelo aumento uterino). Deve-se ficar atento, pois infecção urinária também pode causar esses sintomas. A incontinência urinária é outro sintoma que acomete um número variável de mulheres grávidas (22-80%) e pode estar associada à urgência ou ao esforço (mais comum). Está relacionada à idade, obesidade, multiparidade e trabalho de parto prolongado prévio. Mudanças de hábitos de vida e exercícios para o assoalho pélvico têm efeito preventivo, por isso toda mulher com incontinência urinária na gravidez deve procurar o urologista para ser avaliada e orientada.

INFECÇÃO URINÁRIA

A mulher grávida tem mais chance de ter infecção urinária, que deve sempre ser tratada, mesmo que a paciente não apresente sintomas. Esse maior cuidado na gravidez é necessário, pois a infecção urinária pode gerar consequências graves, como pielonefrite (mais comum no 3º trimestre), ruptura prematura de membranas, parto prematuro e morbidade neonatal (necessidade de UTI, sepse, baixo peso). A gestante que apresentou infecção urinária deve ser acompanhada até o final da gestação, pois pode apresentar novos episódios.

UROLITÍASE

Os cálculos urinários são a maior causa não-obstétrica de internação na gravidez. As gestantes apresentam uma série de alterações metabólicas que predispõe a formação de cálculos, que podem gerar sintomas como dor, hematúria, náuseas e vômitos, além de sintomas miccionais. Cerca de 80 a 90% dos casos ocorrem no 2º e 3º trimestres e podem vir acompanhados de complicações como obstrução, dor incontrolável, pré-eclâmpsia, ruptura prematura de membranas e parto prematuro. Com os avanços da endourologia e dos procedimentos minimamente invasivos para tratamento dos cálculos, hoje já é possível resolver grande parte dos casos em gestantes sem risco para o bebê.

A vasectomia ou cirurgia esterilizadora masculina é o método contraceptivo a longo prazo mais eficiente que existe, sendo realizada através da ligadura dos canais deferentes no homem.

A cirurgia é feita com anestesia local e em caráter ambulatorial. É realizada uma pequena incisão na bolsa escrotal, através da qual são acessados os canais deferentes bilateralmente, seccionados e ligados.

Este procedimento apresenta baixas taxas de complicação e taxas de falha menores que 0,05%.

Os casais que escolhem a vasectomia são motivados, de maneira geral, pelos seguintes fatores:

  • O baixo custo e a simplicidade do procedimento
  • Não necessita internação
  • Poucas complicações
  • A cirurgia de contracepção nas mulheres é mais complexa
  • Conhecem homens que fizeram a cirurgia e estão satisfeitos com os resultados